Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao completar 20 anos, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher ainda tem como desafio defender oportunidades iguais para as mulheres no mercado de trabalho, de maneira a ampliar sua autonomia econômica e permitir que ela efetivamente exerça a cidadania plena. A afirmação foi feita hoje (15) pela ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, em entrevista à Rádio Nacional.
De acordo com Nilcéa, depois de duas décadas o saldo é positivo para as mulheres, embora ainda haja muitos desafios para o futuro. Ela afirmou que o Brasil é um país muito desigual do ponto de vista econômico e social e, dentro desse panorama de desigualdade, "as mulheres são as que acumulam mais desvantagens".
A ministra disse que o conselho recebeu um grande presente em 2003, quando o governo Lula reconheceu a desigualdade entre homens e mulheres como um fator importante para a exclusão de parcelas significativas da sociedade. "A criação da secretaria, com status de ministério, possibilita que avancemos na nossa luta; que transformemos as conquistas no plano formal em realidade cotidiana, através da implementação de políticas públicas dirigidas à mulher", disse.
Os 20 anos do conselho estão sendo comemorados a partir de hoje com várias solenidades em Brasília, que incluem debates, posse das novas conselheiras e o lançamento de um programa de incentivo à produção de pesquisas e estudos sobre as desigualdades de gênero. Em sessão solene no Senado, o senador José Sarney será homenageado por ter criado o conselho em 1985.
Entre as atividades previstas está o lançamento do programa, em parceria com os ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação, que prevê a abertura de um edital de pesquisa específico de R$ 1,2 milhão sobre a temática da mulher, para a realização de um concurso de monografia dirigido para estudantes de graduação e pós-graduação. "Outra iniciativa é a criação de um concurso de redação dirigido aos jovens do ensino médio para que reflitam a questão da desigualdade e da diversidade na perspectiva de um mundo de iguais e sem preconceito", lembrou a ministra.