Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio - Integrantes da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), médicos e voluntários participaram hoje (15), na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, de uma ação de conscientização sobre os sintomas do linfoma, um tipo de câncer que compromete o sistema linfático (responsável, entre outras coisas, pela defesa natural do organismo contra infecções).
A mobilização fez parte do Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas. Foram distribuídos folhetos com informação sobre a doença e oferecidas consultas gratuitas com hematologistas.
Segundo levantamento da Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC – sigla em inglês), cerca 180 mil pessoas morrem no mundo a cada ano, vítimas de linfoma. No Brasil, somente no ano de 2002, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 3,2 mil pessoas morreram por causa da doença.
Para o hematologista e oncologista Daniel Taback, que participou do evento, prestando esclarecimentos à população, muitas mortes ocorrem no Brasil porque há pouca informação sobre a natureza do linfoma e seus sintomas. "O conhecimento é uma forma muito importante de limitarmos as mortes, pois, quando o paciente procura um especialista aos primeiros sintomas da doença, as chances de cura são muito maiores", disse.
O hematologista Leonardo Valois, do Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti, Hemorio, que também participou da mobilização, lembra que os sintomas iniciais são, muitas vezes, difíceis de serem identificados. "Os primeiros sintomas são muito discretos e podem até parecer uma simples virose", disse ele. O médico explicou, ainda, que inicialmente podem ser percebidos inchaços, sem dor, nos gânglios, que se localizam nas axilas, na virilha e no pescoço.
O paciente pode ter, ainda, suor noturno, febre e perda de apetite. O tratamento indicado é a quimioterapia. Nos casos em que a doença já está mais desenvolvida, recorre-se ao transplante de medula óssea. No estágio inicial, as chances de cura chegam a 70%.
O hematologista do Hemorio também informou que as estatísticas apontam para uma maior incidência do linfoma entre pessoas de 14 a 20 anos de idade. Pessoas que tenham o vírus HIV, causador da aids, também têm maior propensão a desenvolver o linfoma, já que possuem o sistema linfático comprometido.
Ele disse, ainda, que, assim que houver suspeita dos sintomas, deve-se procurar um especialista para realizar um exame mais completo.
Para Fernanda Schneider, da Abrale, "o melhor paciente é aquele mais bem informado, porque ele aceita melhor o tratamento e os medicamentos. Ele, definitivamente, colabora mais e, por isso, amplia suas chances de ser curado".
A Abrale é uma organização não-governamental (ONG) que apóia pacientes e parentes de quem tem a doença. A associação recebe dúvidas pelo telefone 0800-7739973 e presta esclarecimentos também pelo endereço eletrônico www.abrale.org.br.
A Abrale promoveu ações de conscientização em outras cidades, como Curitiba, Campinas, Salvador e São Paulo.