Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Nova Iorque (EUA) - O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, disse a jornalistas na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, que considera o apoio dos países da África um ponto-chave para a aprovação da reforma do Conselho de Segurança da instituição.
Países da União Africana defendem uma proposta semelhante à do Brasil para a ampliação do conselho. Eles querem que os novos membros mantenham o direito de veto e o Brasil defende a ampliação, sem direito a veto. "Hoje se tem facilmente dois terços dos membros e, se tiver dois terços dos africanos, a reforma passa. Tem essa simplicidade numérica", afirmou.
O ministro destacou, no entanto, que os africanos costumam agir por consenso e que alguns países do continente têm defendido uma postura que inclui o veto dos membros permanentes. "Temos que agir pela persuasão e pelo convencimento do que é melhor para cada país e cada região. Acho que os africanos estão crescentemente convencidos de que é importante que exista a reforma", disse.
Amorim afirmou que o Conselho de Segurança ideal seria aquele em que ninguém tivesse poder de veto. "Aliás, talvez o ideal era não ter o Conselho de Segurança; era decidir tudo na Assembléia Geral", considerou.
O projeto de reforma quer criar mais seis assentos permanentes no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas: um para América, dois para África, dois para Ásia e um para Europa. Hoje são membros permanentes Estados Unidos, França, Inglaterra, China e Rússia.
Entenda o debate sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU