Rio, 12/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil tem cerca de 51 milhões de pessoas vivendo em habitações consideradas precárias – sem saneamento, água potável, título de propriedade ou coleta do lixo. O dado é do "Relatório Global sobre Assentamentos Humanos 2005", divulgado hoje (12) pela Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o relatório, feito com base em informações de 2001, o Brasil só perde para a China e para a Índia em número de pessoas vivendo nesse tipo de habitações. Para o especialista em assentamentos humanos da ONU Erik Vittrup, os dois principais problemas que o país enfrenta com relação à habitação são as terras sem título de posse e a falta de investimento do setor privado na construção de casas populares.
Vitrupp ressalvou que o Brasil desenvolve um bom trabalho na questão da habitação. Destacou a criação do Ministério das Cidades, em 2003, e a liberação de recursos federais para saneamento e habitação. "Eu não tenho dúvida de que veremos mudanças importantes nas estatísticas no relatório de 2008, das implicações das políticas sociais aqui. É certo também que o problema tem uma magnitude no Brasil e o orçamento ainda é muito pequeno para as demandas e para atender aos problemas de moradias nas grandes cidades brasileiras", disse.
O representante das Nações Unidas destacou ainda duas experiências bem-sucedidas no Brasil: a do Orçamento Participativo, desenvolvida pela Prefeitura de Porto Alegre, por permitir que a população tivesse voz e pedisse mais investimentos do orçamento para a habitação, e a do Favela-Bairro, idealizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, responsável pela urbanização de diversas favelas na cidade.