Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil
Rio - A Varig deve demitir até o fim de 2006 aproximadamente 1.500 funcionários. O corte alcança 13% dos atuais 12 mil servidores do grupo que inclui as companhias aéreas Rio Sul e Nordeste. Outros funcionários serão remanejados para suprir áreas carentes. Essa é uma das medidas do plano de recuperação judicial da empresa entregue hoje (12) à Justiça do Rio de Janeiro.
Segundo o presidente da Varig, Omar Carneiro da Cunha, o plano de recuperação ainda será discutido com os credores em assembléia no dia 24 de setembro.
O plano de ajustes, elaborado com a ajuda de consultorias nacionais e internacionais, prevê outras 94 medidas de reestruturação coorporativa, operacional e financeira. Entre as principais está a venda, por meio de leilão, de parte das operações da Varig, Rio Sul e Nordeste para uma nova companhia que vai ser criada com o objetivo de atrair investidores.
As empresas atuais e a nova empresa vão trabalhar em forma de consórcio e deverão ser fundidas depois que a dívida de US$ 7,7 bilhões for liquidada. Desse total, US$ 4,5 bilhões são dividas fiscais com o governo federal.
O presidente da Varig afirma que a criação da nova empresa não trará prejuízos ao consumidor. "Ele vai continuar comprando seus bilhetes, vai continuar a trabalhar com os programas de milhagens. Para o cliente nada muda".
Segundo Cunha, o plano pretende mostrar aos investidores que a empresa é economicamente viável e pode atrair investimentos de US$ 135 milhões necessários para reativar a empresa. De acordo com a Varig, desde 2002 reduziu-se em 20% o número de funcionários e de aeronaves. Dos 118 aviões, a empresa manteve 95 aeronaves, sendo que 78 estão em manutenção.