Gasolina e diesel foram reajustados para repassar alta do petróleo, diz Petrobras

12/09/2005 - 17h25

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio – O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, explicou hoje (12), que a estatal reajustou os preços de gasolina e óleo diesel depois de constatar que o barril do petróleo no mercado externo estabilizou-se em um novo patamar – entre US$ 60 e US$ 70. Gabrielli lembrou que os produtos não eram reajustados desde novembro do ano passado.

A Petrobras anunciou na sexta-feira (9) que iria reajustar em 10% o preço da gasolina e de 12% sobre o do óleo diesel, nas refinarias. "Nós analisamos o comportamento do preço do barril de petróleo e dos derivados no mercado externo", disse Gabrielli.

"Evidentemente que nós estamos sempre avaliando os impactos das decisões da empresa sobre o conjunto das atividades econômicas do país. E porque levamos em consideração todos esses fatores", pergunta? "Porque nós somos um grande produtor de algo que é vendido para 272 distribuidoras (de derivados). Então, em nossa política comercial, nós temos que levar em conta todos os impactos que essa decisão de aumentar derivados tem – inclusive sobre as taxas de inflação", afirmou Gabrielli.

Na avaliação de Gabrielli, no entanto, os aumentos do último final de semana foram suficientes para atender as necessidades da companhia e não deverão ocorrer novos reajustes se a atual conjuntura internacional for mantida.

"Caso nada de grave venha a ocorrer até o final de 2005, e os preços externos fiquem no patamar atual, entre US$ 60 e US$ 70, não haverá necessidade de novos aumentos ainda este ano", afirmou o executivo.

Gabrielli foi enfático, ao voltar a rebater os que argumentam que os preços da estatal estão defasados. "Eu já disse a vocês que a nossa política de preços leva em conta um alinhamento no longo prazo entre os preços nacionais e os internacionais. Nós não trabalhamos com conceito de defasagem, trabalhando, sim, com a idéia de que existem níveis de preços internacionais e, toda vez que consideramos que exista um novo patamar internacional, nós faremos os ajustes que se fizerem necessários aqui no mercado interno".

Sergio Gabrielli admitiu que o governo federal, por ser o acionista majoritário da estatal, tem como influenciar nas decisões da Petrobras. Ele ressaltou, porém, que essa influência se dá via Conselho de Administração. "Toda empresa tem uma influência grande do seu acionista controlador. Isto é normal e esta influência se dá através do Conselho de Administração. Agora, nós reajustamos os preços porque achamos que estava se configurando um novo patamar".