Governo estimula empresas brasileiras a investirem na América Central

08/09/2005 - 21h52

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo brasileiro lançará na próxima semana um Programa de Incentivo aos Investimentos Brasileiros na América Central e Caribe (Pibac). A idéia é aproveitar a região como plataforma de exportação de produtos brasileiros para o mercado norte-americano e europeu. O lançamento do programa será feito com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O Pibac tem como pano de fundo todas essas oportunidades e vantagens que a região passa a oferecer a partir do acordo de livre-comércio recentemente assinado entre os Estados Unidos e países da América Central", explica o embaixador Mario Vilalva, diretor do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty.

O Acordo de Livre Comércio entre Estados Unidos e América Central e República Dominicana (CAFTA RD) entra em vigor em janeiro de 2006. A partir desta data, 99,8% dos produtos produzidos na América Central passam ingressar no mercado norte-americano com tarifa zero. Segundo Vilalva, os investimentos brasileiros se beneficiaram destas e de outras preferências tarifárias concedidas pelos Estados Unidos e por outros países. "A América Central e o Caribe já firmaram uma série de acordos que facilitam o ingresso de produtos produzidos na região tanto nos Estados Unidos quanto na União Européia", enfatiza.

O embaixador lembra que há, também, uma série de acordos comerciais entre os países da América Central e entre a América Central e o Caribe dos quais o Brasil pode se beneficiar enquanto não sai a Área de Livre Comércio Das Américas (ALCA). "Temos interesse na ALCA. Enquanto ela não vem, o Brasil procura, com seus instrumentos, acessar mercados", diz Vilalva.

O Pibac é um destes instrumentos. "O programa basicamente contempla ações voltadas para esclarecer ao empresário nacional sobre quais são as vantagens oriundas destes acordos", explica. Neste sentido, serão realizados seminários em diversas capitais brasileiras. Vilalva destaca que o governo brasileiro apóia a internacionalização das empresas brasileiras por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que conta com linha de crédito específica para isso. "No caso da América Central, é uma linha competitiva que pode ser usada pelo investidor brasileiro desde que o investimento contemple a exportação de bens de capital brasileiro", afirma.