Aline Beckestein
Repórter da Agência Brasil
Rio - A estimativa da Colônia de Pescadores Z-8, em Niterói, é que pelo menos 3 mil pescadores estejam sendo prejudicados pelo vazamento de mais de 2 mil litros de óleo na Baía de Guanabara, ocorrido no sábado. Segundo ele, ainda está sendo feito o levantamento de quantos dos 12 mil pescadores da colônia trabalham na área afetada pelo acidente, onde a pesca foi proibida.
O secretário da colônia, José Pulgas, disse que o prejuízo desses trabalhadores afetados "deve ter sido grande, já que estamos no período de reprodução de mexilhões, siris e da desova da sardinha". Ele também afirmou que a colônia tem recebido muitas reclamações de pescadores que tiveram seus materiais de pesca danificados pelo óleo.
José Pulgas informou ainda que eles estão apenas aguardando os relatórios da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) e da Polícia Federal sobre o acidente, para começar a negociar indenizações com os donos ou representantes brasileiros do navio, que tem a bandeira da Bahamas.
"Queremos ver quem são os responsáveis pelo navio para tentarmos um acordo. Esse vai ser o primeiro caminho, antes de entramos na justiça, já que as indenizações por esses tipos de acidente nunca chegam até os pescadores. Nós já estamos brigando há cinco anos por uma indenização da Petrobrás por causa do acidente de 2001, e até agora não recebemos nada", disse.
A Delegacia da Polícia Federal de Niterói abriu uma investigação sobre o vazamento de mais de 2 mil litros de óleo na Baía de Guanabara. O óleo vazou do navio Saga Mascote, bandeira de Nassau, nas Bahamas. O navio bateu num dique quando fazia manobra de atracação no cais do estaleiro Enavi-Renave, na Ilha da Conceição, em Niterói, na noite do último sábado (3).
O vazamento poluiu as praias de Icaraí, Boa Viagem e das Flechas. Hoje a mancha de óleo chegou à praia de São Francisco e parte da região oceânica.