Rio, 5/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, informou hoje (5) que a inauguração da Fábrica de Enriquecimento de Urânio em Resende (RJ), na região do Médio Paraíba, só deverá ser ocorrer no ano que vem.
Durante a solenidade de posse de Roberto Garcia Esteves na presidência da Indústria Nucleares Brasileira (INB), o ministro admitiu que a fábrica já deveria estar em operação. "Imaginávamos que, a esta altura, já estaríamos com algumas das etapas de enriquecimento do urânio operando e, na verdade, a fábrica ainda está em fase efetivação de concessão e de testes. A inauguração vai ficar mesmo para o ano que vem", informou.
Ele destacou, porém, que hoje o Brasil é reconhecido em todo o mundo como um dos poucos países com capacidade para enriquecer urânio com o percentual necessário para ser utilizado em usinas de energia nuclear. O país gasta, atualmente, cerca de US$ 15 milhões por ano na importação de urânio enriquecido. Até o final deste ano, deverá ser obtida a autorização definitiva para enriquecer urânio, podendo até, em um prazo de dez anos, vir a se tornar exportador do produto em sua forma enriquecida, informou Rezende.
O ministro negou que o governo esteja paralisado: "Ao contrário do que certos órgãos de imprensa dão a entender, o governo está funcionando. O presidente está viajando muito para inaugurar obras que foram iniciadas e estão sendo concluídas, e as discussões de temas importantes estão sendo implementadas", garantiu.
Quatro eixos básicos, acrescentou, terão prioridade do governo federal: a expansão e a consolidação do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, aí incluída a continuação da Fundação de Recursos Humanos; a recuperação da infra-estrutura das universidades; a modernização dos institutos tecnológicos, "que também é uma medida da política industrial"; e a consolidação da política de ciência e tecnologia.