Ministro das Comunicações pede envolvimento de emissoras para definir sistema de TV digital

01/09/2005 - 19h17

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo pretende ter uma definição até o final do ano sobre o sistema de TV Digital que será escolhido pelas emissoras para implantação no país. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, tem se reunido com o setor para discutir a implantação, mas reclama que apenas uma grande rede de televisão está acompanhando os estudos sobre a TV Digital. Em entrevista à imprensa, Hélio Costa destacou a importância da adoção do novo sistema no Brasil, que trará à recepção de TV a qualidade da imagem do DVD, o disco de alta definição que reproduz imagem e som através de um aparelho conectado a um televisor.

Segundo o ministro das Comunicações, os aparelhos mais modernos de TV podem trabalhar com conversores para captar esse sinal de televisão, quando o sistema estiver funcionando, mas tudo depende da tecnologia que a televisão brasileira for utilizar. Para um sistema super-sofisticado será necessário utilizar aparelho que projete mais de 1.000 linhas na tela. Os atuais projetam até 480 linhas, que podem ser ampliadas para 600 com suporte técnico. O sistema de transmissão da TV Digital pode utilizar ao mesmo tempo dispositivos de mais de um sistema, conforme o ministro.

Hoje existem no mundo o sistema americano, o japonês e o europeu, e a opção pelo aproveitamento da experiência de tecnologias dos três sistemas terá que ser escolhida pelas emissoras. Hélio Costa disse que "o Brasil possui a melhor televisão do mundo e tem o melhor produto do hemisfério sul". O empresariado, segundo ele, vai estar preocupado com a questão de transferência de tecnologia, "mas precisa se engajar mais no esforço do governo para a definição da TV Digital".

O ministro das Comunicações vai realizar novas reuniões nas próximas semanas com os setores técnicos para discutir o novo sistema. Segundo Costa, o programa brasileiro para a TV Digital tem realizado "pesquisas de qualidade". Ele informou que dos R$ 60 milhões direcionados para pesquisas pelo Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), já foram investidos R$ 38 milhões, faltando aplicar R$ 22 milhões.