Especialista diz que política para moradores de rua passa por identificação do perfil dos sem-teto

01/09/2005 - 15h08

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Na avaliação da coordenadora do Programa Associação Minha Rua Minha Casa, da organização não-governamental paulista Auxílio Fraterno, Rosana Baesso, é preciso primeiro identificar o perfil dos moradores de rua para então traçar políticas públicas de atendimento. Segundo ela, entre as pessoas em situação de rua há, por exemplo, desempregados, egressos de manicômios e de presídios, cada um precisando de ações específicas.

Ela destaca que é necessário um trabalho articulado entre governo e organizações da sociedade civil para tirar essas pessoas da situação de exclusão social na qual vivem. Para Rosana Baesso, é importante que as ações voltadas a essa população não se restrinjam ao assistencialismo. "Existem muitas organizações fazendo puramente a caridade e a assistência, mas o trabalho tem que estar na perspectiva da construção, da responsabilidade de todos".

Rosana Baesso participa do Primeiro Encontro Nacional sobre População em Situação de Rua, nos dias 1º e 2 de setembro, em Brasília. O evento reúne representantes do governo, de movimentos sociais e moradores e ex-moradores de rua com o objetivo de discutirem diretrizes para a construção de políticas públicas que atendam a essa população.

Ela aponta que devem estar presentes em uma política pública que atenda os moradores de rua questões como, por exemplo, qualidade de atendimento nos albergues com quantidade reduzida de pessoas, instalação de restaurantes populares e alternativas de moradia provisórias para aqueles que tem alguma renda.