Rio, 19/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - Em vigília há 17 dias na porta da refinaria de Manguinhos, os trabalhadores da empresa fizeram hoje (19) mais uma manifestação contra o fechamento da unidade e pela manutenção dos 500 empregos dos petroleiros. O prazo dado pelos donos da refinaria para garantia dos empregos terminaria hoje, mas foi prorrogado até dia 31, depois de uma reunião, em Brasília, com representantes do Ministério de Minas e Energia, da empresa e da Petrobras.
A refinaria de Manguinhos é controlada pela petrolífera espanhola Repsol e pelo Grupo Peixoto de Castro, que alegam prejuízos da ordem de R$ 5 milhões por mês devido à diferença entre os preços dos combustíveis no Brasil e o preço internacional do petróleo. A empresa deixou de comprar petróleo no dia 8 de julho e o processamento de derivados foi suspenso no dia 3 de agosto. A refinaria responde por 30% do consumo de derivados no município do Rio de Janeiro e por 1% da produção do refino nacional.
No encontro de ontem (18), em Brasília, ficou descartada a possibilidade de uso dos recursos da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) para reduzir as perdas da iniciativa privada. Agora só resta a alternativa de usar a infra-estrutura da Petrobras para exportar a produção de derivados da refinaria, o que, segundo o diretor do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, Roberto Odilon Horta, é apenas um paliativo.
"As propostas foram encaminhadas ao Ministério de Minas e Energia no dia 26 de julho e até agora não tivemos uma solução para o nosso problema. Estamos apreensivos com a garantia dos empregos dos trabalhadores de Manguinhos, porque a unidade já deixou de produzir desde o dia 3 de agosto", disse o sindicalista.
De acordo com Odilon, segunda (22) ou terça-feira (23) deve haver nova reunião na sede da Agência Nacional do Petróleo (ANP), com a participação do Sindicato dos Petroleiros, dos donos da refinaria e representantes do Ministério de Minas e Energia e da Petrobras para novamente discutir o assunto.