Acordo entre Sipam e PF busca aperfeiçoar o monitoramento na fronteira Norte

19/08/2005 - 17h30

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Tabatinga - Um plano de trabalho firmado em junho entre o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e a Polícia Federal permite a comunicação imediata de qualquer avião suspeito que cruze as fronteiras do Amazonas e de Roraima. O anúncio foi feito pelo chefe da Divisão de Monitoramento do Território (DTer) do Centro Técnico Operacional de Manaus (CTO-Manaus), Alan Roberto Isquierdo, durante o seminário Políticas Públicas para a Calha do Solimões/Amazonas.

O encontro, que termina hoje nessa cidade amazonense que faz fronteira com Letícia, na Colômbia – e é área de ocorrência de narcotráfico –, é promovido pelo Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (ProVárzea/Ibama), para discutir com representantes do poder público e da sociedade civil organizada dos municípios do Médio e Alto Solimões iniciativas promissoras de gestão conjunta e de manejo dos recursos naturais.

O espaço aéreo do Amazonas e de Roraima é constantemente monitorado pelos técnicos da DTer, do Sipam. Mas o aviso de que um avião não-identificado ou não-autorizado estava cruzando a fronteira demorava a chegar à Polícia Federal. "Isso acontecia porque o termo de cooperação técnica entre o Sipam e a Polícia Federal não era colocado em prática. Há outras atividades previstas nesse termo, como a emissão de relatórios de inteligência que apontem garimpos clandestinos, por exemplo, que ainda aguardam operacionalização. No momento, estamos elaborando um plano de trabalho para que esses relatórios se concretizem", explicou Alan Roberto Isquierdo, que é perito criminal da PF, cedido ao Sipam para coordenar a DTer.

O plano de trabalho firmado em junho, segundo ele, prevê também a presença de um técnico do Sipam em Tabatinga, município que concentra as operações de fronteira realizadas pela PF na região no Alto Solimões. Além disso, serão instalados terminais remotos do Sipam nas bases de fronteira da PF nos dois estados – por meio deles, o usuário pode se comunicar por envio de texto e áudio, via satélite, com todos os outros cerca de 700 terminais espalhados pela Amazônia Legal e em Brasília.