Seis comunidades quilombolas vão receber R$ 3 milhões da Petrobras para geração de emprego e renda

17/08/2005 - 21h21

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio – A Petrobras assinou hoje (17) um convênio de R$ 3 milhões para desenvolver projetos de geração de emprego e renda em seis comunidades quilombolas. Essas comunidades são formadas por descendentes de escravos que fugiram dos trabalhos forçados em fazendas, que foram morar em quilombos distantes dos centros urbanos.

Também participam do convênio a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Fundação Universitária de Brasília.

Segundo o gerente nacional de Comunicação da Petrobrás, Luiz Fernando Nery, essa condição de afastamento permanece até hoje e precisa ser combatida. "Nós esperamos que, em função desse trabalho e da renda gerada por ele, as comunidades quilombolas tenham condições de se inserirem na sociedade. O fato é que elas estão não só geograficamente, mas também cultural e economicamente isoladas. E isso só vai mudar se elas tiverem capacidade de produzir bens e serviços pra si e para os outros", diz Nery.

A ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial para Políticas de Promoção da Igualdade Racial, explicou que o convênio tem o objetivo de potencializar as atividades já desenvolvidas pelas comunidades.

No caso da comunidade de Campinho da Independência, no Rio de Janeiro, já existe o trabalho ligado a atividades de turismo étnico e artesanato. Segundo o representante quilombola, Vagner do Nascimento, só no Estado do Rio cerca de 150 famílias serão beneficiadas. "Nossa comunidade está localizada em Paraty, uma região que vive do turismo, conhecida no Brasil e no mundo. É só melhorar a estrutura para receber recursos que podem viabilizar o desenvolvimento sustentável da comunidade", acredita Vagner.