PT passa por processo de mudanças após denúncias de corrupção

17/08/2005 - 16h22

Rodrigo Savazoni
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As denúncias de corrupção e caixa 2 em campanhas eleitorais envolvendo políticos e dirigentes do Partido dos Trabalhadores vieram à tona nos últimos dois meses e resultaram em mudanças na estrutura do partido.

O presidente da legenda, José Genoino, pediu afastamento do cargo no início de julho, após a imprensa ter divulgado que ele assinou empréstimos concedidos ao partido pelo Banco Rural, tendo o empresário Marcos Valério como avalista. Genoino alegou ter assinado os papéis sem tomar conhecimento desse fato, atendendo a pedido do então tesoureiro Delúbio Soares.
Genoino foi substituído pelo ex-ministro da Educação, Tarso Genro.

Já o ex-secretário-geral, Silvio Pereira, desfiliou-se do partido no dia 22 de julho, após assumir ter recebido de presente um automóvel Land Rover, em valor próximo a R$ 80 mil, de um dos sócios da empresa GDK, prestadora de serviços à Petrobras. No lugar de Pereira, assumiu o ex-ministro do Trabalho, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP).

Outro que se afastou da direção do PT e agora espera a resolução da comissão de ética é o ex-tesoureiro Delúbio Soares. Em entrevistas à imprensa, ele assumiu ter negociado com Marcos Valério os empréstimos concedidos ao PT e admitiu o uso de "recursos não contabilizados" em campanhas petistas - o chamado caixa 2. Além dele, Marcelo Sereno, ex-secretário de Comunicação do partido, também deixou a estrutura administrativa.

Ontem, em reunião da Executiva Nacional, foi aberta uma sindicância interna para apurar o envolvimento de parlamentares do partido com as denúncias de corrupção e caixa 2. Serão analisados os casos dos deputados federais José Dirceu (SP), João Paulo Cunha (SP), Paulo Rocha (PA), Professor Luizinho (SP), João Magno (MG), José Mentor (SP) e Josias Gomes (BA).