Ex-presidente da Caixa afirma à CPI dos Bingos que não conhece Valdomiro, Buratti e Cachoeira

17/08/2005 - 19h47

Lucas Parente
Da Agência Brasil

Brasília - O ex-presidente da Caixa Econômica Federal Valderi Albuquerque depôs hoje (17) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a relação das casas de bingos do país com a lavagem de dinheiro e o crime organizado. O depoimento foi apontado como "muito seguro" pelo presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PB). Albuquerque exerceu a presidência da Caixa entre abril de 2002 e janeiro de 2003.

Valderi Albuquerque disse que não conhece os envolvidos no escândalo de renovação da empresa Gtech e a Caixa, como o empresário do ramo de jogos Carlos Augusto Ramos (conhecido como Carlinhos Cachoeira), o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz e o advogado Rogério Buratti, que também foi secretário de Ministro Antonio Palocci quando prefeito em Ribeirão Preto (SP).

Albuquerque disse ainda que, quando presidiu o banco, várias reuniões com a Gtech foram realizadas – todas, segundo ele, "conflituosas". E todas teriam sido gravadas.

De acordo com o ex-presidente da Caixa, um fato estranho ocorreu em sua gestão: desde que o banco rompeu a licitação com a Gtech, liminares judiciais eram dadas à empresa, sempre na 17ª Vara Federal.

O presidente da CPI, Efraim Morais, afirmou que o depoimento de Albuquerque mostra que o contrato sempre foi cheio de irregularidades. "Não há dúvidas de que há um monopólio da Gtech com os jogos lotéricos com a Caixa", disse.

Efraim disse que as investigações da CPI ajudaram na prisão de Rogério Buratti hoje em Ribeirão Preto. Mas, como se trata de uma prisão temporária de cinco dias, ele está confirmado na acareação com Carlos Cachoeira, Waldomiro Diniz, Marcel Rovai e Enrico Gianelli no dia 30.