Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O cenário de políticas era antes pulverizado dentro dos ministérios que apoiavam marginalmente as populações tradicionais. Essa é a avaliação da secretária de Coordenação da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, Muriel Saragossi, que participa do 1º Primeiro Encontro Nacional de Comunidades Tradicionais, em Luziânia (G).
"Ao pensar uma política nacional para as populações tradicionais, estamos, não só, coordenando essas ações, mas dando visibilidade às populações", diz. "A economia brasileira não enxergava as populações tradicionais como os produtores, como um setor produtivo dentro do país."
Muriel dá o exemplo da pesca artesanal nas comunidades indígenas. Segundo ela, é uma atividade que envolve milhões de pessoas no país e que somente nos últimos dois anos começou a ter visibilidade.
"O que nós estamos fazendo aqui é dar visibilidade a essas populações extrativistas, dar coordenação aos projetos que estão sendo feitos nos diversos ministérios e organizar para que isso possa se tornar uma política pública clara, visível, e com recursos que permitam fazer jus à produção que esse setor traz para o país", explica ela.
Para a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, a discussão sobre comunidades tradicionais precisa ser fortalecida. "Eu entendo que, quanto mais nós estivermos afinados com esse conceito, mais poderemos precisar as políticas. A minha expectativa é que possamos precisar as ações e as verbas porque não há ação sem verba", expressou.