Especial 6 - Programa Gesac levará rádio, televisão e telefone para comunidades isoladas

17/08/2005 - 9h53

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Em muitos casos, o Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac) é o único canal de comunicação da população. É o caso das localidades que não possuem energia elétrica e que agora poderão ouvir emissoras de rádio, assistir televisão e fazer ligações telefônicas a partir de uma conexão via satélite. A transmissão de dados começa no segundo semestre deste ano e o acesso deve ser público e gratuito.

Serão 20 canais de rádio estéreo e três canais de televisão. A grade de programação tanto das TVs quanto das rádios poderá ser montada pela própria comunidade. Também já estão sendo feitos contatos com a Radiobrás, a TV Cultura, em São Paulo, e a TV Educativa, no Riode Janeiro, para fornecerem conteúdo de cidadania e de capacitação na programação.

A idéia é promover educação à distância, capacitar gestores municipais de saúde, fixar médicos no interior e fazer a requalificação de professores. "Não se trata só de navegar na internet. Nós precisamos ir além disso, precisamos fazer com que haja uma produção de conteúdo da periferia para o centro", justifica o diretor de inclusão digital do Ministério das Comunicações, Antônio Albuquerque Neto.

A partir de agosto, todos os pontos de presença do Gesac também terão telefone via internet, ligado a um aparelho de telefone digital comum, que possuirá um número e poderá ser usado normalmente. Dos 4.400 pontos, 1.000 terão o aparelho e 3.400 usarão o telefone do computador. Inicialmente, os usuários terão direito a 20 mil minutos por mês de interurbano pela rede Gesac.

Para não perder o ponto Gesac e todos os benefícios trazidos com ele, as comunidades deverão atingir metas e dar retorno ao governo. Um exemplo é a criação de páginas eletrônicas, de programas de educação à distância, a profissionalização dos professores e o comércio à distância.

Todos os meses, a comunidade deverá elaborar um relatório mensal sobre o uso do ponto de presença. Também deverá ser criado um planejamento semestral do que poderá ser conquistado em seis meses. "Tem uma série de esforços que nós estamos exigindo das comunidade e isso vai ser passado para que as comunidades percebam todas as potencialidades, façam as oficinas para serem treinadas e voltem para as comunidades para difundir o conhecimento", conclui Albuquerque.