Encontro de comunidades tradicionais em Goiás vai abordar a regularização fundiária de quilombolas

17/08/2005 - 15h12

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os participantes do 1º Encontro Nacional de Comunidades Tradicionais pretendem debater propostas e reivindicações das comunidades e do governo para a aplicação de políticas públicas específicas, de hoje a sexta-feira, em Luziânia (GO).

De acordo com a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR), as principais reclamações são a regularização fundiária para os povos remanescentes de quilombos, o reconhecimento das religiões africanas e o respeito às comunidades indígenas.

"A demanda histórica dos povos de quilombos é a regularização fundiária e, no campo da qualidade de vida, ações em todas as áreas: educação, saúde, trabalho, geração de renda; para as religiões de matriz africana, a construção do respeito e da tolerância dessa religião a partir do seu valor, considerando a sua existência e a sua importância para o país", explica a ministra. "Para as comunidades indígenas, queremos o respeito a sua particularidade, a sua história, mas também o atendimento a todas as áreas da política pública: o combate ao analfabetismo e o direito à saúde e educação."

Para a representante da Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Banto na Bahia (Akibanto), Ana Placidino, a titulação das terras no caso das comunidades quilombolas e indígenas e o direito à alimentação são pontos centrais da discussão. "O alimento para as nossas culturas não é só para nos mantermos em pé, ele é uma relação com a nossa ancestralidade, com o sagrado e com o futuro da gente", diz ela.

O representante do povo Terena em Mato Grosso do Sul, Claudionor do Carmo Miranda, diz que a primeira reivindicação é a do território. "O território para nós não é um simples pedaço de terra, é uma coisa ligada à nossa identidade. Tendo a terra, o resto é secundário", afirma.