Trabalhadores de Manguinhos terão nova assembléia para debater alternativas ao desemprego

12/08/2005 - 10h10

Rio - Os trabalhadores da Refinaria de Manguinhos decidiram hoje marcar nova assembléia para a próxima terça-feira (16), depois do encerramento do prazo de 15 dias estipulado pelo governo federal para apresentar resposta às alternativas para a crise da empresa apresentadas pela categoria ao ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Entre as propostas estão o uso dos recursos da Contribuição da Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e a exportação dos derivados do petróleo via Petrobrás.

A decisão foi tomada há pouco em assembléia realizada na porta da empresa, na Avenida Brasil, depois que o diretor do Sindipetro do Rio, Odilon Horta, relatou o resultado da reunião ocorrida ontem, em Brasília, entre representantes do Sindicato e da Federação Única dos Petroleiros com o secretário-executivo do Ministério das Minas e Energia, Nélson Hubner.

Segundo Horta, o secretário do Ministério adiantou que o estudo realizado pelo órgão sobre a situação de refinarias privadas, como a de Manguinhos e a Ipiranga, será avaliado até o dia 15 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele informou que Nélson Hubner sinalizou sobre a possibilidade de a decisão sair ainda no final da tarde de hoje.

O presidente do Sindipetro do Rio criticou a postura dos representantes da empresa que não participam, juntos com os trabalhadores, da luta pela manutenção da empresa. Ele acredita que uma força-tarefa deveria ter sido constituída, reunindo os dois lados, para mobilizar todas as esferas de governo.

Odilon Costa disse ainda que não é somente a defasagem entre o preço de compra e revenda de petróleo que prejudica a empresa, mas também problemas de gestão empresarial, já que os acionistas não investiram na modernização da unidade.

A Refinaria de Manguinhos tem um quadro fixo de 330 trabalhadores que estão ameaçados de desemprego depois do dia 19, quando termina o prazo obtido em acordo entre a Federação Única dos Trabalhadores e o Sinpetro-RJ . Na quarta-feira, 42 funcionários terceirizados da empresa JP Manutenção foram demitidos, a maioria trabalhava na unidade há 15 anos.