Seminário debate em Recife combate ao tráfico de pessoas

12/08/2005 - 6h49

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife - Alternativas para fortalecer a rede internacional de enfrentamento do tráfico de seres humanos estão sendo debatidas por especialistas do Brasil e de 12 países que participam de seminário na sede da Fundação Joaquim Nabuco. O encontro começou ontem (11) e será
encerrado hoje.

Promovido pelo Instituto Latino-Americano de Direitos Humanos, em parceria com a Secretaria Estadual de Defesa Social e Assembléia Legislativa de Pernambuco, o evento reúne representantes de governos e de organizações não-governamentais, além de professores, líderes comunitários, policiais federais, civis e militares que atuam no combate à prática criminosa.

Entre os temas do encontro estão a consolidação do sistema brasileiro de prevenção e enfrentamento do tráfico de seres humanos, a criação de uma legislação específica voltada para a punição dos envolvidos com o comércio de seres humanos e de órgãos, a migração ilegal e o papel das universidades na produção de conhecimentos sobre trabalho escravo e tráfico de seres humanos.

De acordo com a psicóloga Anália Ribeiro, chefe do Departamento de Cooperação Internacional, a idéia é propor intercâmbio entre os países que acolhem as vítimas do tráfico, para que se possa coibir com mais rigor esse tipo de delito. Ela disse que o estado de Goiás é onde existe maior demanda no país, desse tipo de clientela, para o comércio de seres humanos.

"Estamos propondo a formatação de um banco de dados integrado com várias instituições, o desenvolvimento de ações de capacitação da sociedade civil e formação de uma rede para que as vítimas do tráfico possam ser acolhidas com segurança e denunciar os criminosos", observou.

Pernambuco foi o primeiro estado do país a criar uma gerência de combate ao tráfico de seres humanos e a elaborar um código de conduta para que a população pudesse entender e denunciar a prática criminosa.