Políticas de combate à pobreza e à fome ainda não são eficientes para juventude, apontam ONGs

12/08/2005 - 14h40

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As políticas públicas de juventude que focalizam o combate à pobreza e à fome, em geral, ainda são pouco eficientes para melhorar as condições de vida dos brasileiros carentes na faixa de 18 a 24 anos. É o que diz o relatório Tirando Acordos do Papel, elaborado por mais de 40 organizações não-governamentais que desenvolvem trabalho voltado para os jovens.

O documento já havia sido encaminhado à Organização das Nações Unidas (ONU) e foi entregue hoje (12) por representantes dessas entidades ao secretário Nacional de Juventude, Beto Cury. A representante do Grupo Interagir Renata Florentino – uma das organizações que elaboraram o relatório – disse que dois terços dos cerca de 34 milhões de jovens brasileiros vive em condições de pobreza. Para ela, essa fatia da população "vem sendo esquecida por programas de distribuição de renda há muito tempo".

"Mudar esse quadro é muito difícil, porque é um grupo que está com uma defasagem escolar altíssima, e que justamente por ter essa defasagem é que não consegue emprego", avaliou Renata.

O relatório também salienta que um dos pontos que devem ser fortalecidos na Política Nacional de Juventude é a sistematização dos programas na área de combate à fome. Também destaca que "a redução da pobreza e da fome não se resume à distribuição de dinheiro e de alimentos".

De acordo com o documento, é preciso que essas ações sejam complementadas por outras iniciativas que trarão efeitos a longo prazo, como educação de base, crédito direcionado ao jovem empreendedor, reforma agrária consistente e inclusão digital, "principalmente em periferias urbanas e rurais".