Jovens contam que programa desperta senso crítico e gera atitude para mudar realidade

12/08/2005 - 6h46

Michèlle Canes
Da Agência Brasil

Brasília – Aos 16 anos, Leonardo da Costa viu na televisão o anúncio do programa Agente Jovem e se interessou pelas atividades que eram desenvolvidas. Na época ele não conhecia ninguém que já participasse do projeto. "Anunciaram na televisão que estavam abertas as inscrições para o Agente Jovem. Já tinha ouvido alguma coisa sobre o programa,mas nada muito profundo, e resolvi me inscrever. Fui meu próprio incentivador" afirma.

Leonardo conta que se tornou uma pessoa bem diferente graças ao programa. "Eu não tinha preocupações, não tinha nenhuma atitude com relação à mudanças na comunidade. Era o oposto do protagonismo juvenil que o Agente Jovem desperta. Foi um despertar pra mim. O Agente Jovem me trouxe para a realidade".

A paulista Micheli de Oliveira, 16 anos, aluna da rede pública de ensino, diz que não gostava de estudar, mas o programa mudou sua percepção. "A gente estuda muito economia, capitalismo, filosofia de modo geral, informática, qualidade de vida. O melhor de tudo é o senso crítico que passam para gente. Tivemos excelentes oficinas de filosofia, de ação na comunidade, comunicação e expressão. Todos os jovens deveriam fazer esse mesmo curso, passar por esse mesmo processo".

Depois das aulas, os alunos que participam das atividades têm a oportunidade de aplicar na própria comunidade o que aprenderam. Eles buscam problemas vivos da população do lugar onde moram e desenvolvem ações para combater esses problemas. "A gente se divide, sai, faz entrevistas com o pessoal que mora ao nosso redor, até reuniões com a comunidade. Eles davam idéias, a gente anotava e levava para a as sub-prefeituras, e eles tentavam melhorar". Assim, fizeram uma campanha de conscientização para que o lixo não fosse jogado nas ruas e conseguiram reformas para algumas praças, conta.

Leonardo da Costa, hoje com 18 anos, orienta outros jovens no programa. "Desde a minha época de Agente Jovem eu sempre tomei como referencia os orientadores sociais que são monitores aqui em Natal. Sempre gostei muito do trabalho deles e tive curiosidade de saber como se tornar um monitor, um orientador social. Agora tomo conta de uma turma de 25 adolescentes". Em Natal, cidade de Leonardo, os jovens ajudam em bibliotecas, recolhem mantimentos e desenvolvem atividades para as crianças em creches.

"O Agente Jovem dá motivação para esses jovens. Participar de uma mudança no que não está legal, começando pelas nossas comunidades. A gente não começa com grandes coisas. O Agente Jovem é importante por isso. Ele mostra para o jovem a mudança", afirma Leonardo.