PT anuncia que escolherá novo líder na Câmara em 15 dias

09/08/2005 - 20h32

Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A bancada do PT na Câmara dos Deputados escolheu hoje (09) o deputado Fernando Ferro (PE) como líder provisório do partido na casa. Ele terá quinze dias para organizar e promover a eleição do parlamentar que substituirá definitivamente, até fevereiro, o deputado Paulo Rocha (PA), licenciado da liderença após ter recebido dinheiro do empresário Marcus Valério para pagamento de dívidas do partido no Pará.

"A reunião da bancada foi proveitosa e definiu a necessidade de escolhermos um novo líder que seja capaz de responder aos desafios dessa crise", conta o deputado Fernando Ferro, que não é candidato à vaga de líder definitivo. "Apesar de termos 15 dias para a escolha, pretendo encaminhar a questão rapidamente. Espero que na reunião da próxima quinta-feira (11) sejamos capazes de concluir esse processo e ter o novo nome para a liderança."

Logo após a eleição do líder, a bancada do PT na Câmara pretende negociar uma reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro tem o apoio do presidente do partido, Tarso Genro, que também participou da reunião da bancada do PT na Câmara.

"Fizemos uma exposição crítica da situação atual e concluimos pela urgência de uma reestruturação das relações entre partido e bancada, bancada e coordenação política do governo", afirma Tarso. "Na reunião com o presidente, é essencial que a bancada seja representada de forma plural. Um dos problemas que tivemos foi justamente a transmissão mecânica da posição da maioria, sem respeito ao contraditório".

Coordenador do bloco de esquerda da bancada do PT na Câmara, o deputado Paulo Rubem Santiago (PE), classifica como "urgente" a necessidade de reunião entre deputados petistas e o presidente da República. "Até agora, houve mais reunião entre o presidente e a bancada de outros partidos da base aliada do que com a bancada do PT", reclama Santiago. "Queremos outra forma de relação da bancada com o governo e com o partido. Sentimos falta de explicações. Foi rompida a confiança e a transparência".