Rio, 9/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli disse que os preços dos combustíveis podem ser reajustados se as variações de preços no mercado internacional se consolidarem durante um período mais significativo.
Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, Gabrielli informou que a situação atual é de que há um pico de aumento dos preços internacionais e isso provoca uma grande volatilidade. Em um só dia, como hoje, o barril de petróleo chegou a ser cotado a US$ 64,27 e fechou em US$ 63,07. "Há uma grande variação de preços em uma trajetória ascendente. Se percebermos que essa trajetória tende a convergir para um determinado nível de preços, teremos que ajustar os preços nacionais", disse.
Gabrielli explicou que a Petrobras não trabalha "nem com conceito de defasagem, nem com conceito de números absolutos de preços: estamos acompanhando a variação. À medida que tivermos a sensação e verificarmos que esses preços tendem a convergir para outro nível, temos que reajustar os preços domésticos", explicou.
Segundo o presidente, a Petrobras sempre manteve a posição de que o preço do Brasil não pode se descolar do preço do mercado internacional no longo prazo. Mas Gabrielli não revelou a partir de qual valor do petróleo no mercado internacional a empresa poderia decidir sobre o reajuste. "Não é valor, depende da amplitude da variação", disse.
Essa política de preços, acrescentou, aplica-se basicamente para o diesel e a gasolina. "Para os outros combustíveis em que temos contratos longos, nós temos ajustado de acordo com variáveis diferentes, com preços e índices diferentes. O preço de combustíveis de aviação já subiu e já desceu, nafta já subiu e já desceu, lubrificantes sobem e descem. Então são preços que têm comportamentos com parâmetros distintos", informou.