Karina Cardoso
Da Agência Brasil
Brasília – O acordo firmado entre os governos de 11 países latino-americanos e 26 companhias farmacêuticas permitirá a redução dos preços de anti-retrovirais entre 15% e 55%. Segundo o diretor do Programa Nacional DST e Aids do Ministério da Saúde, Pedro Chequer, os remédios reajustados estarão disponíveis em 2006. As negociações foram definidas entre os dias 2 e 5 de agosto em Bueno Aires.
As reduções dos valores se devem basicamente à oferta mais favorável por parte dos produtores genéricos. No Paraguai, a redução dos gastos dos anti-retrovirais chegará a 66%, enquanto no Brasil esse número não ultrapassará 9%. A justificativa do diretor é de que "o Brasil já possui preços mais baixos do que em outros países".
Segundo Chequer, cerca de dez companhias farmacêuticas aceitaram as negociações, mas laboratórios multinacionais como Abbott, Meck Sharp & Dohme e Gilead Science recusaram qualquer redução de preços. Para ele, isso enfraquece o processo, uma vez que muitos países não têm poder de negociação.
Os países beneficiados pelo acordo serão Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Segundo o último relatório do Programa Conjunto da Organização das Nações Unidas para o HIV/Aids (Unaids) de dezembro de 2004, existem no Caribe e na América Latina 2,1 milhões de pessoas portadoras do vírus da aids. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há 290 mil pacientes em tratamento com anti-retrovirais nas duas regiões, o que corresponde a 62% das 465 mil pessoas que deveriam ter acesso aos medicamentos na América Latina e Caribe.
Com informações do Ministério da Saúde