Parlamentar critica decisão de Refinaria de Manguinhos de suspender atividades

09/08/2005 - 12h47

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - O presidente da Comissão de Trabalho, Legislação e Seguridade Social, da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Gilberto Palmares (PT), criticou hoje (9) os diretores da Refinaria de Manguinhos pela suspensão do refino do petróleo. A medida, adotada na última quinta-feira (4) pelos controladores da empresa - Rapsol, YPF e Grupo Peixoto de Castro - pode resultar na demissão de 500 funcionários.

A Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e a Ipiranga, no Rio Grande do Sul, são controladas pela iniciativa privada. Ambas alegam que estão tendo prejuízos ao comprarem o petróleo a preços internacionais e vender os derivados a preços do mercado interno.

"A Refinaria de Manguinhos recebeu, durante vários anos, subsídios do governo federal, mas não fez o que tinha de ter feito que era modernizar suas instalações para poder refinar o petróleo extraído no Brasil. E agora alega que com a subida no preço do petróleo torna-se inviável manter a refinaria. Nós achamos que tem de ter uma saída", disse o deputado.

A situação da Refinaria e dos funcionários vai ser discutida nesta tarde na sessão plenária da Comissão, na ALERJ. Após a sessão, os trabalhadores vão sair em passeata até a Cinelândia, no centro da cidade, onde farão uma manifestação.

Há uma semana os trabalhadores estão acampados em frente à sede da companhia, na Avenida Brasil, em vigília. Eles dizem que só deixam o local quando for apresentada uma solução para o problema. Os trabalhadores ameaçados de demissão conseguiram junto aos acionistas da refinaria garantir os empregos até o próximo dia 19. De acordo com o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Rio, Roberto Odilon Horta, o prazo de 15 dias dado pelo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, para pôr fim ao impasse termina hoje, mas até o momento não há sinais de acordo.