Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O programa Fome Zero é fundamental para que o Brasil consiga alcançar os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio. A afirmação foi feita pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, durante o 2º Seminário Nacional Caixa: Nós Podemos, promovido pela Caixa Econômica Federal como parte da programação da Semana Nacional pela Cidadania e Solidariedade.
"O Fome Zero é fundamental hoje dentro da estratégia do nosso governo e, mais do que isso, da sociedade brasileira - mobilizando organizações governamentais e não-governamentais, movimentos sociais, sindicatos, igrejas, universidades - dentro desse grande mutirão nacional para cumprirmos a meta do milênio", destacou Patrus.
Um dos oito objetivos do milênio, firmados por 191 países, em setembro de 2000, é erradicar a extrema pobreza e a fome até 2015. "Vamos cumprir as metas do milênio e vamos deixar para nossos filhos e para as gerações futuras uma grande conquista", afirmou Patrus. Ele aproveitou para lembrar que a erradicação da fome era um dos sonhos do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que morreu há oito anos, no dia 9 de agosto de 1997.
O ministro também disse que a grande meta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é conciliar a estabilidade econômica com crescimento da economia, justiça social e distribuição de renda. Patrus lembrou que ontem (8), ao abrir a Semana Nacional pela Cidadania, o presidente Lula disse que mobilizará todos os recursos necessários para que o Brasil alcance e, se possível, transcenda as metas do milênio.
Segundo Patrus Ananias, o Bolsa Família, "maior programa de transferência de renda e de apoio financeiro e econômico às famílias pobres no Brasil", atende atualmente mais de 7,5 milhões de famílias, o que representa cerca de 30 milhões de brasileiros. Ele voltou a afirmar que não se trata de um programa assistencialista. "Nós não estamos fazendo no Brasil clientelismo, assistencialismo, porque isso pressupõe restrições subjetivas, a quem atender, o que é, inclusive, um fator histórico de corrupção no Brasil. Todos os nossos programas são normatizados, disciplinados".
O ministro também disse que é contrário às críticas de "dualismo" entre políticas estruturantes e emergenciais. "Quem fica insistindo muito nisso nunca deu o peixe nem ensinou a pescar". Ele lembrou que a conjuntura atual, não só no Brasil como em outros países, é de desemprego. "Então temos que recuperar essas pessoas e trazê-las de volta ao mercado de trabalho". Segundo Patrus, o governo tem investido em políticas de geração de emprego e renda, sem deixar de lado as políticas de transferência de renda. "Ensinar a pescar pressupõe comprar o peixe", salientou.