Conselhos de Políticas Públicas discutem adaptação das Metas do Milênio à realidade brasileira

09/08/2005 - 18h33

Brasília, 9/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - Adaptar as oito Metas do Milênio à realidade brasileira – essa foi a principal discussão na quarta edição do Encontro de Conselhos de Políticas Públicas, criado há um ano pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) a fim de definir objetivos comuns para a concretização dessas metas. Representantes de 15 conselhos participaram do encontro e sugeriram propostas para a construção de uma agenda comum.

Os objetivos do milênio, estabelecidos em 2000 na Organização das Nações Unidas, por 191 países, inclusive o Brasil, deverão ser alcançados até 2015. São eles: erradicar e extrema pobreza e a fome; atingir o ensino básico universal; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater a Aids, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

De acordo com o presidente Consea, Chico Menezes, é fundamental adaptar essas metas às necessidades brasileiras: "Nós achamos que o Brasil tem uma realidade, de maneira que as metas precisam sempre ser pensadas de acordo com essa realidade. Não se trata de tropicalizar as metas do milênio, como se costuma falar. Mas muito mais de pensar quais metas sociais nós precisamos estabelecer".

Segundo Menezes, o Brasil tem metas claras no campo econômico, mas a sociedade brasileira não tem muito conhecimento das metas sociais. "Acredito que as grandes transformações que serão operadas no país vão se fazer por políticas públicas, mas isso não significa que a sociedade esteja fora desse processo. Pelo contrário, quanto mais a sociedade puder estar engajada na construção dessas políticas, no acompanhamento, no controle social sobre elas, mais poderá ser beneficiada por elas", afirmou.

As sugestões dos conselhos para adequar as Metas do Milênio à realidade brasileira deverão ser apresentadas ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) até o dia 7 de outubro.