Carta-denúncia do Conselho Indígena de Roraima acaba com atraso nos repasses da Funasa

09/08/2005 - 10h50

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Mamaus - A carta-denúncia que o Conselho Indígena de Roraima (CIR) protocolou na última quinta-feira (dia 4) na sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Brasília, surtiu efeito. No documento o CIR alertava que a partir daquela data estava suspendendo as atividades de atenção básica à saúde para 32 mil indígenas de 252 aldeias, em virtude de atraso no repasse dos recursos relativos a junho e julho.

Em nota, a assessoria de comunicação da Funasa informou que depositou ontem os R$ 3.187.389,55 "para manter o andamento das atividades sem interrupção ou prejuízo ao atendimento da saúde".

O valor total do convênio entre o CIR e a Funasa, firmado no último dia 2 de junho, com 12 meses de validade, é de R$ 8,96 milhões. A verba deve financiar a manutenção e funcionamento de 218 postos de saúde e 74 laboratórios de microscopia, onde atuam 420 agentes indígenas de saúde, além de agentes indígenas de endemias, saneamento e parteiras tradicionais, acompanhados por equipes multi-profissionais. Desde 1996, o CIR é a entidade conveniada com a Funasa para prestar esse atendimento.

"Os salário e as bolsas estavam atrasados, faltava alimentação para as equipes, combustível para os veículos, medicamentos. A gente conseguiu manter as ações de emergência, como remoção de pacientes em estado grave, mas já tinha parado com as atividades laboratoriais, de vacinação e de entomologia (borrifação que combate os mosquitos da dengue e da malária)", contou Marinaldo Trajano, coordenador-geral do CIR.