Adriana Franzin
Da Agência Brasil
Brasília - Nos países onde o aborto é legalizado, caiu o número de mortes maternas e também o de interrupções de gravidez, defende a coordenadora da organização não-governamental Católicas pelo Direito de Decidir, Maria José Rosado. Ela participou ontem (3), no estúdio da TV Cultura, em São Paulo, do programa Diálogo Brasil, exibido em rede pública de televisão. Ela acrescentou que a legalização do aborto "expressa a maturidade política de um país".
O programa discutiu o anteprojeto de lei que permite a interrupção da gravidez até a 12ª semana de gestação e que está sendo analisado por uma comissão integrada por representantes da sociedade civil, do Poder Executivo e do Congresso Nacional.
No estúdio da TV Nacional, em Brasília, a professora Lia Zanotta, da UnB (Universidade de Brasília), integrante da Rede Feminista de Saúde, afirmou que "a realização do aborto nesse prazo não traz risco para a saúde da mulher". Na avaliação dela, "continuar com uma política que não legalize o aborto será uma agressão ao direito das mulheres".
Já a deputada federal Angela Guadagnin (PT-SP), que também participou do programa em Brasília, defendeu que "com 12 semanas essa criança já está totalmente formada" e manifestou-se contra a legalização do aborto, assim como o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Antônio Augusto Dias Duarte. "Aos três meses, já se tem a formação de órgãos internos e do ponto de vista médico, já há uma criança com a forma humana conhecida", afirmou o bispo, que também é médico, no estúdio da TVE Brasil, no Rio de Janeiro.
O Diálogo Brasil é mediado pelo jornalista Florestan Fernandes Jr. e os telespectadores participando enviando perguntas, dúvidas e comentários por telefone, fax ou e-mail. O programa também é transmitido ao vivo pelo canal de TV a cabo do Poder Executivo (NBr), para 822 pontos no país, e veiculado para o Japão, por meio da TV Brasil Internacional.