Juliana Cézar Nunes e Nelson Motta
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A Presidência da República divulgou há pouco nota em que nega que o publicitário Marcos Valério, apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como operador do esquema de pagamento de mesada a parlamentares, tenha sido autorizado a se apresentar como "consultor do Presidente do Brasil" junto ao governo português ou em qualquer outra situação.
Em entrevista a um veículo de imprensa de Portugal, o ex-ministro português de Obras Públicas, Antonio Mexia, teria afirmado que recebeu Marcos Valério "na qualidade de consultor do presidente do Brasil" e a pedido do presidente da Portugal Telecom, Miguel Costa.
Segundo a nota da presidência, a representação do governo brasileiro no exterior é escolhida exclusivamente por indicação formal, com endosso oficial. A nota explícita que isso nunca ocorreu com Valério. De acordo com o texto, a Embaixada do Brasil, em Portugal, não intermediou qualquer audiência com o então ministro Antônio Mexia.
A Embaixada do Brasil, em Portugal, está contatando o ex-ministro para buscar os esclarecimentos necessários. A nota também informa que após estes esclarecimentos, as medidas judiciais cabíveis serão tomadas.
No congresso nacional, o líder da oposição, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), pediu que o presidente Lula explique as notícias divulgadas pela imprensa sobre a visita do empresário Marcos Valério a Portugal.
"Mais uma vez, Roberto Jefferson disse coisas que têm pé e cabeça", afirmou Arthur Virgílio. "O presidente da República deve dar explicação clara e cabal à nação sobre esse fato", acrescentou.
Para o líder do PT no Senado, Sibá Machado (AC), não há procedência nas notícias. Ele acredita que alguém usou o nome do presidente Lula. "Se o Marcos Valério fez isso, ele é duplamente criminoso. E se alguém autorizou que ele fizesse isso, o presidente levou uma punhalada pelas costas", afirmou o senador.