Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O procurador da República no Pará, Ubiratan Cazetta, acredita que os conflitos agrários no estado são causados, principalmente, pela indefinição fundiária. "Isso está na origem dos crimes ambientais porque as pessoas, por entenderem que a área pode ser plenamente utilizada, extraem madeira de qualquer forma", analisa. "Essa dúvida fundiária também provoca a expulsão de moradores tradicionais daquela região por pessoas que chegam movidas pelo interesse econômico; por uma pretensa idéia de desenvolvimento daquela região ou então por pessoas que utilizam documentos falsos para obter recursos públicos ou autorizações do Ibama para a exploração florestal."
Cazetta é um dos procuradores que se reuniram hoje (3) com representantes do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) na sede da Procuradoria da República em Belém para discutir formas de colocar o Plano Pará, que pretende identificar e demarcar as terras da União no estado.
Segundo ele, a falta de definição fundiária se reflete tanto na sociedade como na economia. "A indefinição fundiária naquela região faz com que as pessoas acabem ficando expostas a muita tensão. Essa tensão recai sobre a atividade produtiva, recai sobre a questão ambiental e sobre qualquer projeto de desenvolvimento sustentável naquela região", afirma.