Fraudadores do IR no Rio Grande do Sul causaram prejuízo de R$ 600 mil aos cofres públicos

03/08/2005 - 21h18

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil

Porto Alegre - A Polícia Federal do Rio Grande do Sul prendeu seis das nove pessoas já identificadas na organização criminosa que praticou fraudes contra o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) nos anos de 2004 e 2005, em cinco municípios gaúchos. O superintendente da Receita Federal no estado, Luiz Jair Cardoso, estima em quase R$ 600 mil o prejuízo aos cofres públicos, do total de R$ 2 milhões fraudados.

Segundo Cardoso, a Receita ainda conseguiu reter R$ 1,3 milhão na malha fiscal, mas R$ 600 mil já foram pagos por meio de devoluções.

Ele disse que as fraudes foram detectadas pela Receita há cerca de quatro meses e repassadas ao Ministério Público Federal. "Até agora, foram identificadas 250 pessoas no esquema, que consistia na elaboração e transmissão de declarações de Imposto de Renda de conteúdo falso, via internet, geralmente utilizando estabelecimentos como ‘cibercafés’ e ‘lanhouses’ em diversas localidades do Estado", destacou.

De acordo com o titular da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz), José Luiz Raupp Pereira, os falsários criavam empresas fictícias, "algumas existentes de fato, mas não de direito, que serviam de fontes pagadoras e retentoras do Imposto de Renda, montavam as declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física e remetiam os documentos via internet, passando a receber restituições indevidas".

Raupp acredita que a quadrilha, de residentes na região do Vale dos Sinos e no município de São Sebastião do Caí, pode ter atuado fora do estado pois o principal mentor da fraude, Pablo Eugênio Gegler, tem mais de 20 ocorrências de estelionato em todo o país. "Com ele foram encontrados 20 cartões de bancos (dois do Uruguai) e mais de 50 talões de cheques, além de CPF de Santa Catarina".

Pablo Eugênio está sob prisão temporária, no Presídio Central de Porto Alegre. Também foram presos o pai, Adão Moacir Gegler, e a mulher de Pablo, Roberta Alves, além de Cristiano Roth, Ovídio Fagundes da Silva e Jones Fritz. Eles deverão responder por falsidade ideológica, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, estelionato qualificado e evasão de divisas, entre outros crimes.

A Operação Lion Tech, desencadeada hoje, cumpriu nove mandados de prisão, nove de seqüestro de bens e 10 de busca e apreensão de documentos e computadores expedidos pela Justiça Federal de Novo Hamburgo. Ela começou simultaneamente nas cidades gaúchas de Barra do Quaraí, Capela de Santana, São Leopoldo, Pelotas e São Sebastião do Caí e contou com a participação de 60 policiais federais e 10 funcionários da Receita Federal.