Nova exigência do governo tenta evitar fraude na venda de frango congelado

31/07/2005 - 10h56

Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Desde 2002, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, emitiu 450 autuações para empresas que cometeram fraudes no processo de produção de frango. Em geral, essa fraude se caracteriza pela adição de água dentro do animal morto, antes do produto chegar ao supermercado, aumentando assim o peso do frango – e seu preço. Para evitar novos casos, o Dipoa passou a exigir, desde a última sexta-feira (29), que as empresas comprem equipamentos capazes de medir o índice de água adicionada durante o processo de abate e congelamento das aves.

De acordo com o diretor do departamento, Nelmon Oliveira da Costa, a nova exigência facilitará o monitoramento do processo pelo próprio estabelecimento e permitirá que o Serviço de Inspeção Federal verifique se o frango está nos padrões legais antes mesmo da comercialização. O limite permitido de água no frango é de 6% do peso total da ave. Acima desse percentual, a empresa comete fraude econômica grave, levando o consumidor a comprar água pelo preço de frango. A penalidade administrativa prevista para esses casos varia de apreensão do produto a multa de R$ 25 mil.

O alerta sobre a prática de adição excessiva de água ao frango foi dado pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) em 2003. Em dezembro de 2004, o Idec fez testes em várias marcas de frangos congelados e constatou que, de oito marcas, sete apresentavam quantidade de água acima do limite legal de 6%. Em junho deste ano, a pedido da procuradora da República, Cristina Vianna, o Dipoa divulgou a lista de empresas autuadas por adicionar água de maneira ilegal nos frangos.

Para ler o documento do governo enviado ao Idec com o nome das indústrias e abatedouros que comercializam frangos congelados com porcentagem de água acima do permitido por lei, clique aqui.