Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - A pequena margem de lucro das empresas aéreas levou-as a rever a manutenção de algumas linhas com pouco movimento. Por isso, o setor teria comemorado a recente decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), avalia Ronaldo Jenkins, assessor da presidência do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).
Na semana passada, o Cade manteve o prazo de dois anos para que Varig e TAM compartilhem duas rotas. Segundo Jenkins, o compartilhamento de linhas, denominado internacionalmente code share, "é uma maneira de manter o serviço com baixa rentabilidade, porque se fosse para as duas empresas ficarem fazendo a linha, ela seria deficitária".
As rotas cujo compartilhamento foi autorizado pelo Cade são entre Guarulhos e Porto Alegre, operada pela Varig; e entre Guarulhos, Campo Grande e Cuiabá, operada pela TAM. No caso da primeira, a TAM usará aviões da Varig para levar os passageiros de Porto Alegre aos vôos para Miami e Paris, que saem de Guarulhos. Já a Varig usará os vôos locais da TAM entre Guarulhos-Campo Grande-Cuiabá para transportar os passageiros que chegam ao Brasil em seus vôos internacionais.
Esse tipo de decisão "sempre terá benefícios para o usuário", avalia o representante do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias. Para Jenkins, a code share é uma das saídas para continuar mantendo o serviço e atendendo o usuário daquela localidade. Na opinião dele, a medida representa uma ajuda grande para a Varig "porque, se ela está trabalhando em um limite muito baixo por causa do problema do serviço da dívida, qualquer medida que faça com que ela não perca dinheiro é muito importante".