Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios vai estreitar a cooperação com a Polícia Federal, o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União. Após reunião na noite de ontem (28) com o delegado Luiz Flávio Zampronha e outros dois delegados da PF, o relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que a comissão vai se valer mais da atuação da Polícia federal. "Decidimos que nos valeremos mais da PF para realizar diligências mais rápidas, ouvindo testemunhas que tornam desnecessária a realização de audiências públicas na comissão", disse o relator.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) disse que a parceria da CPMI com a PF será importante na medida que muitos dos depoimentos a serem tomados pela CPI podem ser feitos pela Polícia Federal, inclusive adotando o esquema da surpresa. O parlamentar informou que a CPI vai definir entre as 40 pessoas já convocadas quais serão ouvidas pelo plenário da comissão e quais serão ouvidas pela polícia Federal ou comissões de parlamentares membros da CPMI.
O deputado Osmar Serraglio informou que a CPMI vai trabalhar para mostrar resultados mais rápidos à opinião pública. "Precisamos começar a concluir algumas coisas, expedindo relatórios parciais, mas conclusivos, em relação a fatos que já estejam definitivos, até porque em algumas situações o Ministério Público já pode atuar na medida que a CPI tenha concluido as investigações", disse Serraglio. O relator acredita que até o final da próxima semana poderá apresentar os primeiros relatórios parciais das investigações que a comissão está fazendo.
Hoje, às 10h, a CPMI vai se reunir para definir a questão dos sub relatores. "Vamos bater o martelo sobre os sub relatores. O deputado José Eduardo Cardoso (PT-SP) deverá ficar encarregado de analisar os contratos, o deputado Carlos Abicalil (PT-MT) encarregado das oitivas e o deputado Gustavo Fruet vai cuidar das investigações das movimentações financeiras", disse o relator Osmar Serraglio. Às 11h, os integrantes da CPMI vão se reunir com o secretário -adjunto da Receita Federal, Ricardo Oliveira.
Segundo o deputado Mauricio Fruet, no caso de indicios de envolvimento de parlamentares nas denúncias, a CPMI vai encaminhar os casos diretamente para a CPMI do "mensalão" ou para as corregedorias da Câmara ou do Senado, dependeno do caso, sem esperar o término dos trabalhos da CPMI dos Correios para encaminhar o assunto. "no decorrer das investigações, se surgirem fatos que comprovem a participação de parlamentares nas denúncias, para que não se espere o final da CPMI, vamos mandar o caso para a CPMI do mensalão ou para as corregedorias", disse Fruet.