Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) decidiu em reunião extraordinária, realizada hoje, que João Antonio Felício passa a presidir a entidade substituindo Luiz Marinho que assumiu o Ministério do Trabalho. João Felício já presidiu a central sindical de 2000 a 2003.

Com a recomposição da direção, Arthur Henrique responde pela secretaria-geral. Denise Mota Dau assume a secretaria nacional de Organização e Lúcia Reis é a primeira secretaria. Manoel Messias passa a compor a diretoria executiva.

Em entrevista coletiva, Felício disse que a entidade sindical "reafirma seu princípio de autonomia" em relação ao governo federal. "O que define as ações da CUT são os sindicatos filiados", afirmou.

Ele adiantou que, entre as ações previstas para o semestre, a CUT vai participar no dia 16 em Brasília, junto com outras entidades, de reivindicações para mudanças na política econômica. Os alvos são: a taxa básica de juros hoje em 19,75% ao ano e a redução do superávit primário.

Esse processo de mobilização será repetido em todo o país, disse Felício. E que as entidades irão cobrar "apuração rigorosa nas CPIs".

Para Felício, o momento atual de crise política que classificou como "pesadelo" é favorável para discutir questões como reforma política. "A gente sabe que na história, quando ocorrem fatos dessa natureza, se apontam caminhos positivos para o futuro, mais transparentes de relação mais democrática entre o Estado e a sociedade brasileira", declarou.

Felício disse que a questão referente ao salário mínimo está entre os pontos que vai defender, já que a CUT "vai continuar reivindicando que o mínimo seja dobrado até o final do governo Lula", citando um dos compromissos de campanha do atual governo.

"O salário mínimo é distribuição de renda. Ele atinge a população de baixa renda, os aposentados e as regiões mais pobres do país", disse.