Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O vírus da mancha branca, que ataca o sistema imunológico do camarão, identificado no mês de junho em um viveiro do município de Aracati, no Ceará, não proliferou pelas fazendas de criação do crustáceo do Nordeste. A constatação foi feita por meio de testes realizados no Centro de Diagnóstico de Enfermidades de Camarão Marinho, do Instituto de Ciências do Mar do Ceará, em 17 lotes de camarão, coletados em oito municípios produtores do Rio Grande do Norte, Piauí e Ceará.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão, Itamar Rocha, os produtores temiam que a doença pudesse se propagar, atingindo os viveiros do Rio Grande do Norte, maior estado exportador de camarão do país. O estudo indicou que os camarões da região de Aracati possuem o material genético do vírus da mancha branca, mas não manifestam sintomas da enfermidade.
O camarão infectado não provoca danos à saúde dos consumidores, mas o vírus causa alta taxa de mortalidade dos crustáceos, prejudicando a produção. A doença, que dizimou a produção de camarão do Equador, foi identificada na Ásia em 1992 e chegou ao Brasil em 2004, pelo estado de Santa Catarina.
No ano passado o Brasil exportou 50 mil toneladas de camarão, que resultaram em US$ 226 milhões. Cerca de 80% das exportações do crustáceo tiveram como destino o mercado europeu.