Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) afirma que as elevações da taxa básica de juros (Selic) entre setembro do ano passado e maio último surtiram efeito na inflação recente, com reflexo também nas projeções de inflação realizadas pelo Banco Central e pelos analistas do setor privado. Por isso, o Copom decidiu, em sua última reunião na semana passada, manter a atual taxa de 19,75% ao ano, aponta a ata distribuída hoje (28) pelo BC. O Copom mencionou, mais uma vez, que a "perspectiva de manutenção da atual taxa por um período de tempo suficientemente longo" seria capaz de assegurar a convergência da inflação para as metas estabelecidas.
A ata do Copom diz que a atividade econômica deve continuar em expansão, mas revela receio quanto ao nível de crescimento, com aumento do consumo interno, quando enfatiza que a expansão deve acontecer em "ritmo condizente" com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre os preços no varejo.
O colegiado de dirigentes do BC avaliou que houve melhora nas condições econômicas internacionais, apesar dos níveis elevados dos preços do petróleo. Mas, de modo geral, "vai-se configurando cenário benigno para a evolução da inflação", destaca a ata, considerando que a projeção do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vem caindo e já se aproxima da meta de 5,1%.
Esse cenário, associado à deflação (inflação negativa) de junho, levou o Copom a manter pelo segundo mês seguido a mesma taxa de 19,75%, sem viés. A ata adverte, porém, que em caso de alteração significativa que ameace o controle da inflação, o Copom estará pronto para adotar política monetária adequada às circunstâncias, o que pode dizer aumento dos juros.