Brasília, 25/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - O procurador da República no Distrito Federal, Peterson Pereira, estabeleceu prazo para que os servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) voltem ao trabalho: o fim desta semana.
O anúncio foi feito em uma reunião entre o procurador, os grevistas e o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. "O meu prazo é até essa semana. Se não houver definição da greve, eu vou cobrar o restabelecimento do serviço público da União e do INSS, com a União cumprindo suas responsabilidades e o servidor atendendo. No entanto, não me cabe avaliar em quais condições o funcionário estará atendendo. O que não dá é para continuar com o serviço parado", ressaltou Pereira.
O procurador pediu, ainda, que os grevistas e representantes do governo marquem uma reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e com o ministro da Previdência Social, Nélson Machado. Esse encontro é necessário porque, segundo Pereira, a greve caminha para a radicalização. "Então, é preciso uma instância política – que seria a Casa Civil – para a discussão destes fatores que emperram o fim dessa greve", explicou.
Já o secretário do ministério do Planejamento disse buscar o consenso. Sérgio Mendonça explicou que o governo retirou as propostas feitas anteriormente porque não houve acordo. "Mas o governo está disposto a resolver esta situação. Se possível, antes do final da semana", revelou.
A falta de consenso para o fim da greve que já dura 54 dias se deve ao fato de o governo ter proposto reajustes diferenciados para servidores na ativa e aposentados. De acordo com o diretor da Federação dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Jorge Moreira, essa proposta é "inconcebível". Ele disse não descartar a paralisação total: "Na última plenária, decidimos intensificar e ampliar a greve. Mas esta é uma decisão de cada sindicato. Pode acontecer que alguns de nós decidam que se o governo endureceu, vamos endurecer também. Ou seja, atendimento zero".
Balanço do Ministério da Previdência indica que quase 30% das agências do INSS aderiram à greve em todo o país. O restante está funcionando, ainda que de forma parcial, isto é, marcando perícias médicas e concessão de auxílio-doença.