Rio, 25/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - O fim das taxas de exportação de 17 categorias de produtos têxteis pela China, a partir de 11 de agosto, poderá tornar a situação para a indústria têxtil brasileira um pouco mais difícil. O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, explicou que os exportadores brasileiros estavam, até há pouco, sujeitos a cotas na China, em virtude de acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC). "Com o fim desse acordo (em dezembro de 2004), houve um grande crescimento das exportações chinesas, não somente para o Brasil, o que motivou a decisão de aplicar impostos", acrescentou, em palestra no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Rio de Janeiro (Ibef/RJ).
Ramalho analisou que a supressão dessas taxas torna o produto chinês mais competitivo e amplia a possibilidade de uma participação da China também nos grandes mercados importadores mundiais. Admitiu que "isso pode ter algum reflexo, sim, nas importações brasileiras de produtos têxteis".
O ministro destacou que "há uma preocupação grande nessa área de têxteis e confecção no Brasil, não só com a concorrência mundial em outros países, mas também pelo fato de as importações brasileiras estarem apresentando crescimento. O registro é de um crescimento expressivo das importações brasileiras da China de algumas categorias têxteis e também de confecções que são importantes para a produção brasileira. Por isso, o setor têxtil e de confecção está solicitando ao governo brasileiro que regulamente as salvaguardas".
No primeiro semestre, o Brasil importou US$ 163 milhões da China em produtos têxteis, cuja participação somou 22,2% do total importado daquele país, além de US$ 36 milhões em calçados (participação de 71,3% do total). O superávit no período foi de US$ 437 milhões para o Brasil, inferior em 69% ao saldo de US$ 1,409 bilhão registrado no mesmo período do ano passado.