Encarecimento de planos de saúde não é fenômeno exclusivamente brasileiro, diz presidente da ANS

25/07/2005 - 15h46

Renata Franke
Da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Fausto Pereira dos Santos, afirmou que o encarecimento dos planos de saúde não é um fenômeno exclusivamente brasileiro. "Todas as pesquisas mostram que o plano de saúde é um item importante no consumo das famílias e, às vezes, a chamada 'inflação saúde' é até o dobro da inflação geral. Mas esse não é um fenômeno brasileiro, é um fenômeno mundial", disse Fausto Pereira, em entrevista à Radiobrás.

No fim do ano passado, a ANS e operadoras de planos de saúde assinaram o Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta (TAC), que prevê a incorporação da cobrança de resíduos de 2004 às mensalidades de contratos antigos a partir de julho deste ano, por 12 meses. Com a assinatura do TAC, as empresas de saúde se livraram das pesadas multas aplicadas no ano passado pelo reajuste abusivo dos contratos.

No entanto, apesar dos altos preços dos planos de saúde, Fausto Santos disse que o setor apresentou crescimento a partir do segundo semestre do ano passado. "O setor está muito vinculado ao processo da economia e ao mercado de trabalho. Quase 80% dos planos, hoje, são vinculados aos planos coletivos. Já a saúde do plano individual tem enfrentado mais dificuldades", explicou o presidente da ANS.

Segundo dados da ANS, apesar de cerca de 1.700 empresas atuarem na área, apenas 50 controlam 50% do mercado. Existem 40,8 milhões de brasileiros com plano de saúde. Isso significa que 23% da população brasileira tem plano de saúde suplementar. "Para um país como o Brasil, com a renda do Brasil, realmente é um número bastante expressivo, que cresceu muito no final da década de 80, início da década de 90, com a própria crise do Sistema Público naquele momento", explicou Fausto Santos.

Para ele, a saúde suplementar deveria ser uma opção ao sistema público de saúde, e não uma necessidade. "A instituição brasileira prevê que você tenha um sistema público universal, gratuito, que atenda a todo mundo. O funcionamento da saúde suplementar deveria ser, cada vez mais, uma opção de conforto, para uma hotelaria mais sofisticada, por um acesso diferenciado", disse ele.