Brasil sediará fórum internacional de Teologia Contemporânea

25/07/2005 - 18h55

Rio, 25/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os riscos do fundamentalismo serão discutidos por teólogos de todas as religiões durante o 1º Fórum Internacional de Teologia Contemporânea, que o Instituto Mysterium promove pela primeira vez no Brasil a partir de amanhã (26), na cidade fluminense de Mendes.

Segundo o diretor-presidente do Instituto, pastor presbiteriano Luis Longuini Neto, "a Teologia tem uma função social e ela deve estar a serviço dos marginalizados, dos empobrecidos". Na opinião dele, os atentados terroristas recentes a Londres, na Inglaterra, bem como os demais ataques que teriam muçulmanos como supostos autores, não estão relacionados à questão religiosa. "Há uma questão muito clara para nós que isso não é uma guerra religiosa. O que existe é uma instrumentalização da religião", disse.

O pastor comentou que se trata de "uma guerra de fundamentalismos, o que é diferente porque toda religião tem os seus grupos fundamentalistas. Isso existe no Islã, no Judaísmo, no Cristianismo, Budismo etc". E destacou que "apesar de reconhecer que não é uma guerra religiosa, nós rejeitamos de maneira peremptória qualquer tipo de discriminação religiosa, venha de onde vier".

Luis Longuini Neto esclareceu que o fórum quer estabelecer um novo paradigma para desestruturar o fundamentalismo, "porque essa mentalidade sectária é que coloca esse tipo de coisa". Citando o teólogo alemão Hans Küng, Longuini assegurou que "se não houver paz entre as religiões, não haverá paz mundial".

Estarão reunidos até sábado (30), no Fórum, teólogos como Leonardo Boff, Rubens Alves, Dom Pedro Casaldáliga, o norte-americano Harvey Cox e o espanhol Xabier Pikasa. "Todos os palestrantes trazem a marca de uma indignação muito grande com a situação da Igreja, são críticos constantes e por causa disso sofrem ou sofreram algum tipo de perseguição", informou Longuini Neto, acrescentando que no próximo ano o tema central deverá ser a Ética.