Empresários do agronegócio propõem fundo permanente para defesa sanitária

22/07/2005 - 16h57

Brasília, 22/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - A criação de um fundo permanente para defesa sanitária, com recursos públicos e privados, foi proposta hoje por empresários do agronegócio ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, em reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O ministro recebeu a idéia com entusiasmo e afirmou que a defesa sanitária "implica riscos para a competitividade brasileira e, com recursos privados, temos a chance de avançar". Ele acrescentou que "a parceria público-privada é essencial".

Outra questão que preocupa o agronegócio, segundo Rodrigues, é a revisão do Còdigo Florestal Brasileiro, em discussão no Congresso Nacional – em especial, os novos índices de reserva legal (percentual da propriedade que deve ser mantida como floresta) e áreas de preservação permanente (toda vegetação existente em encostas de morros e margens de rios). O ministro revelou que os produtores traçaram um plano de ação e resumiu: "A área privada vai se aproximar do Congresso e do governo de maneira mais ampla para colocar sua posição, tendo em vista a defesa da sustentabilidade da produção agrícola, com garantia do crescimento econômico do setor".

O ministro disse concordar com o setor privado sobre zoneamento agroecológico – "é essencial" – e lembrou que "áreas com vocação rural têm que ser preservadas, desde que assuntos centrais ligados à preservação permanente, como mata nativa e nascentes, sejam absolutamente garantidos".

Roberto Rodrigues enfatizou que o câmbio agrava o quadro de crise na agricultura, "inédita em proporção e profundidade", devido ao aumento no custo dos insumos, comprados no ano passado com o dólar a R$ 3, à oferta mundial recorde de algodão, arroz, trigo, soja e milho, ao crescimento do endividamento do setor e à quebra de safra por causa da seca. "Por isso o governo está agindo com prorrogações das dívidas e novos mecanismos de crédito", justificou. O total das perdas deverá ser estimado em dois meses, dependendo dos pedidos de prorrogação.