Gabriela Guerreiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Os líderes do PFL e do PSDB no Senado, Agripino Maria (RN) e Arthur Virgílio (AM), protocolaram hoje no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) denúncia pedindo a suspensão por um ano do Fundo Partidário do Partido dos Trabalhadores (PT), estimado segundo os líderes em R$ 35 milhões para 2005. Virgílio e Agripino Maia argumentam que o PT infringiu a Lei Orgânica dos Partidos, que proibe a utilização direta ou indireta de recursos de empresas públicas, estatais ou de economia mista para financiar as legendas.
Segundo o senador Agripino Maia, a empresa Graffiti, da esposa do publicitário Marcos Valério, tomou empréstimo de R$ 15,9 milhões do Banco de Minas Gerais (BMG) "para socorrer o PT". Como garantia, Agripino Maia afirma que Renilda Fernandes de Souza usou um contrato publicitário da empresa SMP&B, de Marcos Valério, firmado com a empresa de Correios e Telégrafos. "É ele avalizando a si próprio, e o dinheiro foi repassado ao PT por meio de um contrato com os Correios. Foi antecipação de dinheiro público, e isso a Lei Orgânica não permite", afirma Agripino.
O líder pefelista diz esperar que o TSE promova as investigações sobre a denúncia o mais rápido possível, e tome as "providências cabíveis". Agripino Maia diz que o tribunal vai investigar a denúncia com base em depoimentos, provas e documentos apresentados à CPI dos Correios - além de denúncias da imprensa. "Um fato dessa gravidade exige do TSE celeridade nas investigações. O Tribunal ansiava a entrega para se mover nas investigações", afirma.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), diz não acreditar que o TSE vá acatar o pedido dos partidos de oposição. "Não creio que a Justiça venha a tomar essa decisão", disse. Mercadante afirmou que o PT "saberá esclarecer tudo que ocorreu". O líder afirmou que a Direção Nacional do PT não tinha conhecimento dos fatos que vêm surgindo nos últimos dias sobre o envolvimento de integrantes da legenda em desvios de dinheiro. "Nós vamos identificar e punir todos os responsáveis, e por isso preservar o partido que tem 820 mil filiados, tem uma bancada importante, governadores de estados, lideranças, senadores, e não pode pagar pelos graves equívocos cometidos por alguns dos seus dirigentes."