Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio – O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 19,75%. Para o ministro, a manutenção do patamar vai atrasar o processo de retomada de crescimento da economia. "O pessoal do Copom não tomou a decisão mais acertada. Essa é a minha opinião".
O ministro concorda que a taxa de juros é um componente importante para o controle da inflação, mas acredita que a economia mostra sinais que permitem a redução do patamar atual. "A inflação é uma preocupação no conjunto da sociedade e precisa estar sob controle. Isso é compromisso de governo. Agora, todas as condições na minha modesta opinião, estão dadas para iniciar o processo de redução de juros. Então, acho que eles atrasaram um mês para iniciar este processo", analisou.
O ministro Luiz Marinho comparou a economia a um carro que andava em velocidade alta e com a elevação da taxa de juros passou para rodar em nível mais baixo. Segundo o ministro, a queda nas taxas de juros ajudaria a acelerar a retomada do crescimento. "O processo de aumentos de juros, constante por alguns meses, desacelerou. Essa velocidade foi para 80, 70 quilômetros por hora. Nós temos que iniciar de novo o processo de redução de juros para acelerar essa velocidade e recuperar 80, 90, 100 por hora", disse.
Luiz Marinho considera que a interrupção na elevação da Selic por dois meses consecutivos sinaliza um potencial de crescimento. "Eu vejo toda a condição da economia ser acelerada agora no segundo semestre, sendo atrasada por 30 dias por decisão do Copom, mas enxergo perspectivas positivas do segundo semestre para o ano que vem, do ponto de vista do emprego", afirmou.
O ministro participou no Rio do 3º Encontro Técnico dos Consórcios Sociais da Juventude, que reúne até amanhã (22) organizadores dos 21 núcleos dos Consórcios Sociais instalados em 15 estados do país. Os consórcios integram o Programa Primeiro Emprego do Ministério do Trabalho.