Carvão que será explorado pela Vale no exterior pode ser misturado com o brasileiro

21/07/2005 - 18h51

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – A exploração de carvão metalúrgico pela Companhia Vale do Rio Doce na Austrália, conforme foi anunciado ontem pela empresa no Rio de Janeiro, terá conseqüências favoráveis para o Brasil. A opinião é do engenheiro metalúrgico Antonio Campos, Chefe da Coordenação de Apoio Tecnológico à Micro e Pequena Empresa do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Campos afirmou à Agência Brasil que a compra do carvão metalúrgico que vier a ser explorado pela Vale na Austrália será boa para misturar no Brasil, porque ele deverá vir já beneficiado, com teores aceitáveis de cinza e enxofre.

Hoje em dia, o Brasil produz o chamado carvão energético, de alto teor de cinza e enxofre, de cuja produção 80% são destinados para a geração termelétrica. Dados da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM), do Ministério de Minas e Energia, mostram que a produção de carvão energético brasileiro está em crescimento. Hoje, a produção supera 5 milhões de toneladas/ano de carvão utilizado, ou vendável, sendo a maior parte concentrada nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As importações são entretanto mais elevadas, atingindo 11 milhões de toneladas/ano.