Profissionais ligados ao Fome Zero trocam experiências e fazem curso em São Paulo

20/07/2005 - 17h14

Marcelo Gutierres
Da Agência Brasil

São Paulo – Até o dia 26 deste mês, 60 profissionais que trabalham em restaurantes populares, bancos de alimentos e cozinhas comunitárias trocam experiências e recebem qualificação no curso Educação Alimentar, promovido nesta capital pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). A iniciativa é para gestores, nutricionistas, engenheiros de alimentos e assistentes técnicos que atuam nos projetos financiados pelo MDS, voltados ao acesso à alimentação, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, dentro do programa Fome Zero.

A iniciativa conta com parceria da Fundação Roberto Marinho, que fornece um kit sobre educação alimentar, produzido em junto com o MDS, com experiências em todo o território nacional. São três fitas de vídeo, com 30 programas de oito a dez minutos de duração, um CD com 12 chamadas em linguagem radiofônica de três minutos em média e oito cartilhas, uma delas com atividades pedagógicas e duas com informações sobre uso da água, atividades físicas, qualificação de alimentos e hábitos alimentares, entre outros.

Para a coordenadora de projetos da Fundação, Célia Farias, a maior importância do material, aliado a palestras dadas por especialistas em Segurança Alimentar, é proporcionar aos participantes uma metodologia de trabalho, tanto na implantação como na gestão de projetos. "Uma experiência registrada no extremo sul do país pode perfeitamente auxiliar iniciativas numa cidade do interior do Acre, sem, claro, desrespeitar as características alimentares do local", exemplificou Célia Farias.

O coordenador de projetos da prefeitura de Santa Maria (RS), Alexander Cenci, um dos participantes do curso, disse que há dois anos o município criou um comitê de combate à fome e à miséria chamado Rede de Solidariedade. Segundo Cenci, a rede permitiu construir um banco de alimentos, hortas comunitárias, bem como comprar alimentos oriundos da agricultura familiar.

"Em Santa Maria, há hoje cerca de 270 mil habitantes com índice de pobreza de 26% e de indigência de 5%. Estimamos que sejam atendidas cerca de duas mil pessoas e viemos aqui para apreender como ampliar esse número", afirmou Cenci.

A coordenadora do Banco de Alimentos de Diadema, Cláudia dos Reis Lisboa Novaes, contou que "a participação do setor privado e da sociedade foi fundamental" para o empreendimento. O Banco de Alimentos de Diadema funciona há dois anos e, de acordo com Cláudia, atende cerca de 15 mil pessoas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município tem cerca de 360 mil habitantes.

Marcelo Argolo de Oliveira, funcionário da prefeitura de Volta Redonda (RJ), informou que participa do encontro em busca de informações e experiências para implantação de um banco de alimentos na cidade. "Acreditamos que até outubro próximo iniciaremos nossas atividades, para atender 2.500 pessoas". Oliveira disse que a cidade tem cerca de 300 mil habitantes e que os desafios são muitos.