Luciana Vasconcelos
Enviada especial

Luanda (Angola) - Os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reiteraram apoio à iniciativa de Brasil, França, Chile e Organização das Nações Unidas de discutir propostas de financiamento para eliminar a fome e à pobreza no mundo. O encontro, chamado Ação contra a fome e pobreza aconteceu em setembro do ano passado, em Nova Iorque.

De acordo com a declaração final da 10ª reunião de ministros da CPLP em Angola, os países concordaram em unir forças para identificar mecanismos financeiros de promoção do desenvolvimento e combate à fome. "Afirmaram o seu interesse no aprofundamento dos debates sobre mecanismos financeiros no âmbito da Comunidade, como forma de contribuir para o processo de mobilização internacional em torno do tema", diz a declaração.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, também destacou a decisão da comunidade de autorizar a participação de outros países nas reuniões. "A CPLP está ganhando prestígio, então tem muitos países que querem participar", disse. Segundo ele, foram feitos avanços também para dinamizar o Instituto da Língua Portuguesa, criado em 1989.

Para o presidente em exercício da CPLP e ministro de Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, Ovídio Manuel Barbosa Pequeno, o encontro consolida a projeção política da comunidade. "Se há nove anos, quando assumimos esse desafio, alguns círculos manifestavam seu ceticismo quanto à visibilidade e permanência do nosso projeto comum, tendo em conta a dispersão geográfica dos países membros, hoje, não restam dúvidas de que a CPLP é uma realidade cada vez mais visível e que começa a ganhar projeção", disse.

A declaração final destac, no entanto, a necessidade de criar de um Fundo de Investimento que deverá ser debatido em reunião do conselho empresarial da comunidade. "É preciso que a CPLP saia do gabinete para as nossas cidades, nossas vilas para conhecer a população dos nossos países, no sentido de haver uma maior integração com os programas concretos que beneficiarão as populações", disse Celso Amorim.

A CPLP reúne oito países: Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Moçambique.